Detalhes dos detalhes

Computador, TV, videogame, celular... Principalmente o celular. Meus olhos veem tantas telas o tempo todo que sinto até dor de cabeça. Eu jogo, vejo notícias, entro em redes sociais, curto vídeos, comento, escrevo esse texto. Tudo na frente das telas. Luz que incomoda os olhos depois de um tempo, mas que a gente insiste em olhar. Está tão difícil fazer outra coisa que acabo fazendo nada, só que no celular. Gasto hooooras. Parece tão interessante tudo isso, ocupa um tempão. No final do sábado deito e penso: não fiz nada hoje. Já ouvi que ao redor da gente acontece uma vida inteira. Engraçado, a vida inteira também passa na telinha. Fico entediado de qualquer forma, tudo ficou desinteressante. O mais engraçado é que antes desses meus dois últimos celulares lembro de me distrair com outras coisas, tais coisas que não me interessam mais. Queria tanto sair, caminhar, correr, mas olho a rua e me bate uma preguiça... É fascinante. Bato recordes no meu joguinho que um belo dia vou desinstalar

Certo dia me disseram que a vida é doce. Penso logo naqueles desenhos animados em que as árvores eram pirulitos e o mato era balinha, isso que é doce. Quero ver a vida doce. Não estou melancólico ou tentando ver o lado amargo, apenas quero sentir o lado que tanto falam.  Confesso. Já senti várias vezes esse gosto gostoso, também já senti o oposto, e agora sinto a minha própria língua sem gosto.  Vida doce não é só ir na vendinha e pagar uma porção que dure semanas, não é? Até quando compro esses não duram um dia comigo. Como tudo de uma vez. Não é minha praia apreciar devagar os gostos doces, mas aprecio quem consegue. Como tudo e reclamo que acabou. O açúcar se desfaz tão rápido, é uma delícia. Mas quando como muito açúcar fico enjoado.  Quando como muito do mesmo passo a valorizar mais os outros gostos. Não sei se é egoísmo, mas mesmo gostando muito de um doce específico, gosto de variar. Assim experimento mais.  Posso ter todos os doces da vida? O ruim é ficar sem nenhum

O texto a seguir é uma junção de 3 posts encontrados em nossa página oficial do Instagram @ detalhesdosdetalhes Não me venha dizer que a vida é maravilhosa. Tenho dias felizes mas até em minha própria felicidade tenho meus momentos tristes. Eu não sei o que fazer para correr disso. Sempre busco construir algo novo, criar algo revolucionário, fazer a diferença. Nunca consigo. Meus dias não me acrescentam em nada. Não existe uma noite calma, em todas tenho uma alta enérgica em que gasto com nada útil. Construo relações nas quais algumas se vão, outras estão presas e me puxam, outras são boas. As boas vivem as próprias vidas e aproveito a onda, divirto-me no meio desse vazio total. Vazio é minha vida. Um vento de vez em quando bate, troca algo de lugar, depois vai para outro continente. Meu continente é monótono, nada demais... A não ser o terremoto que todo dia ameaça vir. Quero mas não quero e se eu quiser respeite o meu querer. Se eu não quiser, desconfie. Quero aquilo que não é

Em 2016 fiz concursos achando que eram a minha única solução. Forcei tanto minha mente que cansei em menos de um ano estudando, depois decidi cursar Direito para que indiretamente eu me preparasse para concursos que exigiam matérias parecidas mas com o disfarce de uma graduação. Também não durei muito, cerca de 4 períodos. Pouco depois procurei emprego em todos os lugares. Estava não só cansado da vida de desempregado como criei uma necessidade urgente de ter um dinheiro fixo todo mês. O único que consegui em uma empresa privada foi em uma loja de shopping, maravilhosa, tirando alguns colegas de trabalho. Em três semanas mandei o gerente tomar no cu e pedi demissão. Pensei que não preciso e nem posso ser tratado como inferior em troca de dinheiro. Óbvio que existe uma hierarquia, mas quando digo inferior quero dizer tratado como algo não humano. Não aceito as motivações de tamanha indignidade e hipocrisia no mundo corporativo, que simplesmente não compactuo. Acho que o mínimo de um t

"Eu não tenho mais a família que eu tinha" foi o que mandei para um amigo meu. Nasci mimado pela minha mãe, muito amado pelas minhas tias e primas e muito bem cuidado pelo meu irmão. Sempre dei muito valor para as relações familiares, foi o início do saber o que é amar. É como um alicerce e isso define muito o que você pode vir a ser. Família define inclusive como lidar com o apego, principalmente com as relações que aparecem no mundo exterior. Mas... E se a família, o alicerce, não for mais aquilo que era? Encontro-me a cerca de 2 mil quilômetros do meu irmão, que já fez a vida dele e não declara volta (e que ótimo!). Encontro-me também sem mãe (falecida), afastado dos meus parentes que eram minha bolha quase diária e convivo unicamente com meu pai que é quase que um estranho para mim, apesar de todo o amor. Hoje parei para pensar que ninguém se procura mais. O que era felicidade rotineira passou a ser uns encontros festivos. Sei que muitas famílias não são próximas, mas m

Willian foi meu primeiro namorado e hoje em dia é o meu confidente quando se trata de relacionamentos amorosos. Agora nossa amizade flui naturalmente, o que nem sempre foi assim. Foram quase dois anos de muitos problemas de uma paixão não muito provável, mas que depois do sofrimento do namoro e depois do sofrimento do término, vimos que nosso problema não era nosso envolvimento, e sim ter achado que nosso destino era uma vida a dois. O que não funcionava de jeito nenhum, mas forçamos até não podermos mais. Na época era muito difícil, mas estava na nossa cara. Demoramos, mas aprendemos que nem tudo é da forma que planejamos. E isso é bom. Depois do término conheci melhor outras duas pessoas. Eles eram bons companheiros, porém um era escandaloso demais e outra viajada demais, e isso me irritava. Até que tive coragem de não aceitar namoro de nenhum dos dois. Sabe o motivo? Aprendi com o Willian que nem tudo se resume a namoro. Ambos quiseram se afastar e tcharan , não me fizeram muita fa

O texto abaixo não foi escrito no mesmo dia. São emoções diferentes em dias diferentes, mas que mostram minha tentativa de continuidade sobre os meus problemas. Em algum momento eu iria desmoronar . Quem dera fosse em um momento só, desmorono quase todos os dias. Cansei. Não sei explicar tudo o que me cansa, apenas algumas tantas coisas. Mas cansei de tudo. Preciso parar. Do que adianta termos várias distrações se a noite é inevitável? Uma hora tudo cai à tona. Gosto de olhar para o céu e ficar ouvindo o barulho inaudível da minha cabeça funcionando e parando de funcionar ao mesmo tempo. É como se saíssem faíscas, prestes a dar um curto geral. E vai dar. Já estou queimando. Como uma fumaça eu vejo daqui de cima que a vida não é algo para se jogar fora. Deu-me tantas alegrias, como um drama que não me canso de ver no cinema. Se eu pudesse resumir minha vida em um longa-metragem confesso que não ficaria ruim. Foi bom até aqui. Mas como todo bom filme, o final deve ser na hora